sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ponte.

Da esquina para a rua, do passeio para a casa. Do pensamento para o raciocínio. Acredite, não é a mesma coisa. Quanto vale uma xícara de café? Quanto vale uma luta? Quanto vale um sacrifício? Quanto vale: expressão mediana, básica. Base para transformações, do preconceito ao quase pré conceito, ou o contrário?
E é por isso que eu sou o dono. Do que você julga pouco. Saiba: seu julgamento não é importante para mim.
Eu mexo os palitinhos se você quer saber. As pessoas avistam você caindo no chão. E, cheias de êxito, fazem silêncio. Eu não me importo sobre o que pensam de mim. Importo com o que pensam sobre os outros, por ser solidário. Destino sólido, e no final, o pouco corre, grita veemente, pára todo mundo ouvir como se precisasse de medicação. Você sabe o que significa veemente?
Bem sei com quem falo. Sabedoria é o ápice do monte da (socializ)ação. Hora de se livrar dos (pre)fixos e fazer juízo as coisas principais. Que todos sabem, principalmente quem se julga letrado. Hora de apichar-se, hora de (con)fundir seus preceitos em pequenas (men)tiras, que significa me achar maluco, que significa se achar maluco. Triste destino, quem julga não é julgado, porém, quem sabe ir sabe vir. Lê-se Ponte, aquela que entrega o acesso ao lábaro ou ao rabisco. O que quero dizer, é que, um dia a ponte cai. E acontece o que chamo de tragédia.

Bem e mau, com "u".

Fábulas, oh fábulas. Senhora Fábula, mais conhecida por mentira feliz. Ou ilusão positiva, ou se me permite, um conto de fadas para quase fadas. O produtor produz, o vendedor vende, o leitor interpreta, sonhos, que são fábulas, logo, se permite que minha analogia flutue sem risco de perplexidade alheia, continuo:
Leitores interpretam fábulas. Logo, sabem da verdade. Donos da interrupção, da (a)feição e da (des)ilusão, que por nossa vez, amplia a combustão mental dos nossos botões figurativos. Eu podia falar de mim, da minha vida, do meu tempo, de coisas bonitas, de erros ou até mesmo de amor. E é bem isto que estou fazendo. Falando de você, que lê, de você, que escreve com a mente. Indexadores do bem. Patinadores da pista molhada, onde escorregar é pleno. Pleno, a palavra certa. Como eu ia dizendo, leitores interpretam fábulas. E fazem destas segredos. Fazem uso do clichê, dão vivas a ele. E interpretam seus trabalhos. Leitores... E se o que eu disse agora a pouco for um segredo, significa que eu sou um leitor. 
E por fim. Leitores pensam para não atrapalhar. E é por isso que existe ordem (alfab)ética, que da prioridade ao bom senso e ao respeito. Prioridade, que significa caminho livre, que significa liberdade, que significa sonho, que significa fábula, que não tem significado. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cinquenta pensamentos.

Multiplique, aplique, seja. Conceitos ou termos gregos expressos em um turbilhão vermelho, que gera energia. Analogia complexa é igual a enigma complexo. Sim, analogia. Analogia, dentro de analogia. Pedra sobre pedra formando um casarão. Rimas perplexas: errante, gritante e irritante. É a vida, a perda de tempo, o horário de almoço. Hora de cochilar, ouvir a música natural de nanar, que começa com Z e termina com uma hora da tarde.
 Complicado? Não, confuso eu diria. Aliás, eu não digo nada. Apenas (Re)vivo tudo isto, em letra maiúscula para (im)por meu (res)peito que sugere briga, pelo poder e pela graça. Me entende? Pois não, eu sou o garçom da minoria, embora isto não signifique que eu trabalho pouco. Se não me entender, leia de novo. E se não entender com duas chances, seja garçom da maioria, e assim você entenderá a minoria (...)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Aprendendo a voar. III

Leena me disse, que eu escolheria a próxima parada. Desde que pudéssemos chegar de carro. Ótimo! Eu queria Marrocos, com todas aquelas danças, belezas, jóias e tudo mais.
Aos garotos de voz baixa que se (re)unem para gritar, meus parabéns, como não sou um desses, apenas abro os olhos mais que posso e observo! Ocorrências me esconderam, me absorveram, para um lugar gigante, onde o horizonte é só o começo. Entramos no carro da Leena e fomos para Marrocos, e demorou muito. E quando chegamos lá, conhecemos Muhamed, que era um amigo da Leena que falava inglês. Ele nos levou a uma festa. Festa linda, com umas músicas divertidas e dançantes.  Pena eu não saber dançar como eles, parece fácil, e é. Preferi não tentar.
Mediando toda aquela felicidade, todos ficaram quietos, quando passou na TV um moço falando uma notícia urgente. O som parou e eu não entendi nada. Leena pegou na minha mão, e me levou para o carro. Saímos da cidade com o carro fazendo 150/h. Loucura, de repente meu celular tocou. E quando fui atender, a linha caiu. Começou o terremoto. Era isto! Por sorte estávamos saindo de lá. Foi horrível, e eu vi tudo. Ou quase tudo. Leena deu carona para Muhamed. Que estava quase chorando, por seu irmão que estava lá. Quando chegamos num lugar seguro, meu celular toca novamente, desta vez eu atendi:
-Consegue ver? Leena sabe voar e se esquivar de um terremoto. E você? Se não sabe. aprenda. Na próxima vez que a escolha for sua, vá para o sul. Onde tudo é feio porém sólido. Querer é importante, e ver é mais ainda.
E quando disse isso desligou. Era óbvio que era o papai.
E fui logo dizendo para Leena.
-Eu quero ir para...
-Dessa vez eu escolho. E você só tem mais quatro viagens comigo. Seja esperto.
Eu estava começando a perceber que quem manda sou eu. Quem manda em mim. Mas quem manda no mundo? E em Marrocos? Quem manda? É como um extrato. A vida, os professores dela. Logo eu percebi: Coisas sem cérebro são famosas (...)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Êxito.

-Bom dia, aqui é o Rafael, posso lhe ajudar?
-Boa tarde, aqui é o Rafael, o que posso fazer por você?
-Boa noite, é o Rafael, precisa de mim?

Sim. O dia todo, minha vida resumia apenas em conversar. Conversar era meu forte, ajudar, conversar, sufixo adorável este. Fora daquela mini-cabine: um mundo gigante, gritando, saltando chamando minha atenção, com um aviso gigante (in)sinunando :"Me explora! Me descobre! Vem pra mim!" Eu trabalhava (in)cessantemente, sem cansar, goticulando minha vida, com uma medida bem complexa. Na verdade eu trabalhava nos três turnos por não ter mesmo o que fazer. Lá eu ganhava minha vida. Acredita que existem pessoas que te chamam no telefone para desaba(fa)r? Desabar ou desabafar, seja qual você escolheu. É bem isto. Lembro muito de Anne, que me ligou dizendo que ia pular do prédio porque seu marido não queria fazer algo que nem me lembro. Droga! Hora de tomar café, invocar os momentos tristes e alegres e até os que não tiveram emoções. Hora de brincar com as palavras, sem nem mesmo escrevê-las. Hora de escrever no ar. Hora de aceitar o pedido (car)regado de ternura que o mundo me proporcionou. Mas antes, o último telefonema:

-Boa tarde, sou o Rafael, no que posso te ajudar?
-É seu pai Rafinha, acabei de sair da prisão. Tentei quatro vezes ligar pra você, mas os outros atendentes que atenderam.
Pausa para pensamento surpreso:

 Meu pai é a pior pessoa do mundo. Se você (des)conhece a razão, eu te me (en)carrego tristonhamente de dizer: Ele matou minha mãe. Meus pais são separados. E me dói dizer que também sou. Triste destino, Triste ilusão. Sem perder o senso e sem poder ser sem-educação no trabalho, na tentativa cheia de êxito racional ou não eu o respondo:
-Desculpe senhor, mas meus conhecimentos não chegam até onde está seu problema. Lamento. Boa tarde.
Coloquei o telefone no gancho. Minha melhor colega de trabalho notou minha (pre)ocupação cheia de fundamentos. Quem ele ia matar desta vez? Foi então, que cheio de vigor, eu levantei, e dei um abraço em todos os meus colegas de trabalho. Que ficaram ali no mesmo lugar, todas as tardes ou manhãs ou noites comigo. Alguns a todo instante. Disse que ia sentir saudades. E ia mesmo. Era hora de matar uma outra saudade a do mundo. Mas algo não saía da minha mente: Havia um assassino a soltas.  O qual eu não ia perdoar mesmo.
Cheguei em casa, prevendo que o vândalo ia arrombar, pular, invadir, e depois tentar me  persuadir. Nunca ia me convencer de que ele havia mudado. Lembro como se fosse ontem, as humilhações, os delírios que ele me fez provar. Como eu ia dizendo, cheguei em casa, abri a porta, e o vi sentado no sofá. E então o comprimentei:
-Olá, assassino!
-Filho, não me trate assim. A prisão serve para isto. Ficamos lá para (re)fletir, e quando saímos, estamos diferentes.
-Ótimo, então trás minha mãe de volta.
-Não me faça pensar nela, por favor, eu me arrependo tanto.
-Tudo certo, não faço. É só se levantar, e dar sete passos em minha direção. E então você está fora da minha casa. Simples, acha?
-Não é simples assim. Não custa nada me entender filho.
-Não me considere seu filho. Se eu não posso ter mãe, pai eu também não posso.
-Veja ou melhor ... Imagine tudo o que nós poderiámos fazer. Fazer juntos. Em grupo como um só. Lembrando os velhos tempos.
-Velhos tempos? Quando minha mãe era viva? Não preciso de você para isto.
-Certo. Eu te entendo, vou tentar conversar com sua irmã. Ela é mais compreensiva. Mas antes queria te entregar algo.
-Não quero nada seu.
-Não é meu. É seu. Lembra daquela corrente de ouro que você ganhou da sua mãe? Seus irmãos todos queriam uma daquela? Então eu tomei de você e disse que ninguém ia ganhar?
-Lembro. O que tem ela?
-Escondi ela na árvore de goiaba. Está entenrrada. Era o único jeito de esconder dos seus irmãos. Evitei as brigas. E nunca a encontrariam, pois estava enterrada bem no fundo. Eu ia entregar a você naquele dia. Pena eu não ter lembrado. Passaram-se 34 anos, e quando saí da prisão, sem pestanejar fui para nossa casa antiga, aonde a Manuele mora e peguei sua corrente. E aqui está ela. Só queria me sentir um pouco mais aliado em nossos negócios.
Comecei a chorar. Foi o último presente que mamãe me deu. Pensei que foi mais um ato covarde do meu pai. Mas não. Abracei ele por cinco segundos, e então veio a mente os momentos horríveis que passamos juntos. Os atos demoniácos, sem explicações, sem nexo, sem fluxo de bom senso. Foi então que abri a porta que havia fechado. E pedi que ele fosse embora. Afinal eu realmente não tinha motivos nem forças para vê-lo em minha frente. Foi embora, disse que me amava. Gritou que me amava. Berrou que me amava. Três vezes. Sentei no chão usando a porta como encosto. Coloquei minha corrente no meu pescoço. Arrumei as malas e fui ver o mundo. Foi então que eu comecei a viajar. Foi então que comecei a destribuir coerências. Ver o mundo. (Des)cobrir o mundo e as emoções que pairam a todo instante neste. Foi então que descobri que o mundo era mesmo gigante. Foi então que esqueci por um segundo quem eu era. E isso é um clichê. E sabe porque dedico Vivas ao Clichê? Porque os personagens do clichê tem uma mãe, e um pai que não é assassino (...)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Importância.

Do irreal ao nada:

Morte figurativa.

Admiro muito, por saber que posso não ser o mais procurado. Acontece que essa questão de alta procura vem com inflação figurativa, se é que me entende. E ai o preço sobe. Mas estou falando de pessoas, não de comércio. Se é que há diferença entre estes.
Sabe quando os peixes ficam boiando sobre um lago que foi vítima de um raio? Ou quando as pessoas perdem as casas por não respeitarem a voz de maior poder? Entende quando a feira acabou tecnicamente, mas você continua lá? Existem lugares que nos obrigam a procurar, por soluções, (in)verdades, tradições e etc. E num mundo tão grande, sobrou para mim este restaurante. No qual devo (in)vestir a primeira pessoa. É, trabalhar duro, caçar minha caça. Num mundo dentro de outro mundo, que significa rodar duas vezes, ao mesmo tempo. Que significa capacidade. Você é capaz?

Aprendendo a voar. II

Egito! Que coisa mais linda. Começar pela África era no mínimo questão de raciocínio. Letras são a base da sobrevivência investigatória. Leena já foi dizendo para mim:
-Eu escondi uma carta, do seu irmão de consideração. Você tem que encontrar esta. E uma dica: está num lugar vivo, movimentado e óbvio.
Dizendo isto, ela colocou fones de ouvido e se desligou do mundo. Durante toda viagem eu não parava de pensar em onde achar esta carta. Podia ser numa feira, ou no aeroporto, ou nos correios. Pousamos, peguei um mapa turístico, e vi um lugar com um vermelho, onde se treinavam aves de rapina e pombos correios. E logo pensei que era ali. Ótimo! Então disse para Leena que queria ir para lá. Ela me levou em silêncio. Que guia diferente este que o papai contratou, mas não era um guia, era uma instrutora. Era bem perto, e logo chegamos.
Era imenso! Foi então que comecei a pensar nas dicas. Um lugar vivo, movimentado e óbvio. Entrei na casa das  aves já treinadas, e nada encontrei. Se era um lugar de vida, deveria ser nas salas das chocadeiras. Entrei e vi muitos pombos, águias e aves raras. Todas tinham nomes. E a primeira chamava Antoine. Porque uma ave egípcia tinha nome francês? Logo suspeitei. e perguntei, se estava ali, Leena só acenou com a cabeça dizendo que não. Mas eu tinha uma convicção: A carta estava na sala das águias, afirmava com toda certeza pra mim mesmo.
Leena já estava mais solta comigo. Me respondia até as perguntas que eu não fazia,  as que eu tinha vontade de fazer, mas não fazia. Ela me levou até as salas das águias. Lá haviam muitos treinadores de águias. E eu nem sabia, para que treinavam estas. E obviamente tinha um garoto loiro lá. Obviamente! Me entende? Fui sem pestanejar até ele e disse para Leena perguntar sobre a carta para ele. Ela me disse então, que ele falava inglês, então eu conversei com ele:
-Olá, como você chama? -Perguntei, por educação.
-Olá! Isto não importa. Eu preciso te dar algo.
-Uma carta?
-Não! O endereço do cemitério.
Não respondi. Fiquei calado. Me senti idiota. Meu irmão sempre foi mestre em (con)tradições. E então eu fiquei abismado. Leena pediu um taxi e fomos lá. Num túmulo de mármore cinzenta clara. Que obviamente era a cor da mesa onde colocamos as contas e cartas do correio. Fui lá, e tinha uma folha bem no meio. Era a carta de Ralf. Meu irmão-bebê-professor. Li umas duas ou três vezes até o vento me atrapalhava a entender. Ralf sabia ser misterioso. Minha mente ficou empoada, no bom sentido, no sentido figurado.  E minha mente foi (trans)ferida, empurrada a força para o nível dois. Foi então que eu chamei Leena, e pedi para que ela me trouxesse o segundo enigma.
Agora eu já sabia voar, e fazer uma manobra (...)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pagamento.

Eu era uma garota loira bem popular no bairro e  com muita auto-estima. Não esnobe, eu acho. Juro que luto pela paz mundial. Acontece que eu tenho um probleminha. Acontece que eu sou problemática. E tenho vergonha de contar por quê. Mas quer saber? Eu vou. Mas antes eu preciso contar uma história:
Era uma vez um rapaz, alto, carregado de charme e lindo, que tomou minha atenção como num filme adolescente, de tal maneira que meu queixo caiu na primeira vez que o vi. Aquele sorriso, aquela voz, que todos conhecem. Todos não. Só os adolescentes e jovens ou profissionais do ramo. E para melhorar: Ele jogava basquete.
Conversei com ele no jogo. Eu era líder de torcida como em qualquer história clichê por ai. Mas  a minha tem uma diferença bem grande: Ele vive feliz para sempre, e eu também. Porém bem separados um do outro.
Eu sempre fui boa para conversar, eu tinha o dom da palavra, convicção era uma ferramenta básica para o meu problema. Loucura, dons do mal. Marcamos de sair, sexta às sete. Isso sim é clichê. E chegamos, eu usava um vestido branco e rosa, e ele usava terno claro. Que lindo. Depois saímos de carro, fomos a praia e sabe, eu parecia conhecê-lo a muito tempo. Minha sede problemática começou a aparecer. Parecia maluca. Eu o induzi a levá-lo para cama. E como qualquer jogador de basquete por ai ele aceitou. Chegamos e quando eu já estava sem minhas vestimentas, usei meu pingente bem no meio da sua artéria. Vesti as roupas, pulei a janela. E bati na porta dele, como se eu estivesse o visitando agora. Seu pai atendeu e me disse:
-Você é a garota que vai sair com o Tomas?
-Sou eu sim, ele está ai?
-Deve estar no quarto. Vou chamá-lo.

E voltou aos prantos.
-Meu filho! Meu filho!
-O que houve?- Disse com voz convincente.
-Venha ver, o Tomas está morto! Alguém o matou, com uma faca eu acho. Oh não!
-Não, tenho fobia por sangue. Se foi uma facada, o quarto deve estar encharcado. Mas... mas, como assim? Por que? Eu não entendo, eu gosto, digo, gostava tanto dele. Não pode ser.
-Ele está morto. Eu vi. Não tem chance, hora de aceitar. Vou ligar para a funerária. -Disse com expressão depressiva.
Eu comecei a me sentir terrivelmente bem. Começou a chover. E o pai do Ex-Tomas pediu para que eu dormisse ali. O carro que ia buscar o tomas chegou. E buscou ele. Abracei o pai do falecido. Como se não houvesse depois-de-amanhã.  Pois não haveria. No outro dia. Fomos ao enterro. Toda a escola estava lá. Eu até consegui chorar. Mas não era tempo para choro. Tomas estava feliz. Entende o que é final feliz? O pai de Tomas me trouxe em casa. Tudo fazia parte de conceito  (i)moral no momento. Eu provei que nem todo mundo é (i)mortal. Coloquei funções aos (pre)fixos. Foi isso que eu fiz.
O pai dele me deixou em casa. Lar, doce lar! Me abraçou em frente a árvore que servia de pique na minha infância. Beijou minha testa, me abraçou e eu abracei mais forte. Como se eu não quisesse soltar. Convenci ele a entrar em casa. Pela porta dos fundos. Chegamos na cozinha. Servi um copo de água. E disse estar indo no banheiro. Fui no meu quarto. Peguei minha singela arma de fogo. E Atirei no meio da cabeça. Coloquei ele no carro e o joguei no rio. E depois fui buscar meu prêmio. Fim.
 Sim, eu estava sendo paga. Esse é o meu trabalho, uso os problemas da minha mente para solucionar os da minha vida.
-E então doutor? Acha que posso me curar? Este é meu problema, sou psicopata. Acho isso errado, mas persisto. Trabalho com isto. Eu posso me curar?
-Pode. Mas antes tenho que me certificar de que não vai me matar.
Dizendo isso ele pegou meu pingente. E pediu pra eu ir morar na casa dele. Ele confiava em mim. Eu não me curei. Mas com certeza nunca vou matar o mestre.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Remédio.

Quer continuar? Quer mesmo continuidade? Justiça física, sem repressão "superior"? Use a natureza, as ervas do bem, mentais. Se não me entende, não é digno. Logo aprenda a (des)vendar mistérios. Como o Scooby Doo, reflito sem sua permição. Por você, eu diria. Digo que enigmas são remédios. É isso que quero dizer. Quero começar errando, para terminar sorrindo. Quero fazer macarronada para os esfomeados da África, e depois vou construir uma casa no Pólo Sul. Agora só me falta ter tamanho. No quíntuplo sentido, se me dão licença, é hora de dar espaço, para ter tamanho. Pegar um instrumento musical pequeno, e tocar pelas ruas. Tudo isso, por fome de conhecimento. Por que eu sou um bebê. Um pedacinho de areia, navegando sem motor sob um sol causticante usando combustível renovável, mesmo sem ter motor. É por isso que eu amo (con)tradições, se eu não entender, ninguém entende. E é ai que se percebe que ninguém é alguém. Que pode estar comendo macarronada na África ou passeando no Pólo Sul. Bocas tem dois lados, línguas tem cinco. E eu? Quantos lados tenho? Tenho que somar ou me adequar? Faz sentido? Interrogação, doce pedido.
Eu não tenho um diário. Nem quero. É triste ter uma história só pra mim. Quero que o mundo saiba. Não só de mim, mas de você, que lê, que (pre)vê o fim. Onde você come quando está com fome? E sua mente? Onde ela se resfria quando está quente? E seu namorado? Onde vai quando você está chato ou chata? Eis a questão. Onde você vai quando está triste? E quando está (in)justiçado? Onde você grita quando ganha na loteria? Onde você grita quando perde algo? E o que você faz, sim faz. O que você faz quando trata alguém como algo? Isto é bom? 
E é então que o bebê da dicas aos professores. Dicas são perguntas com respostas. Autocríticas, onde o crítico já sabe os erros que deve enfrentar. Fechar os olhos significa pegar um instrumento e sair tocando e cantando nas ruas só com sede de descobrir. Já se imaginou fazendo isto? Não? Pois é... hora de sentir vergonha.

De: Ralf Stein.
Para: Antoine.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Protagonista.

Theodor Kuerten, um velho amigo meu, fã de Tankard. Dono de uma história excepcional. Dono de boas vindas, de realizações, de veias que pulsavam para o leste, dono de um emprego miserável, Theodor era o responsável pela máquina de xerox. A cada 100 xerox: dez centavos. É, era cansativo, e ele mal tinha o que comer,  ele nunca descobriu quem eram seus pais, nasceu praticamente num orfanato, nunca fora adotado, sabe-se lá por quê. Nos dezoito anos ele procurou o que fazer, e foi morar na minha casa. E volto a afirmar, Theodor amava com paixão gritante, exuberante, clara, a banda Tankard. Preferia comprar os albuns, faixas, artefatos e et cetera do que comer, ou roupas. Seu sonho sempre foi ir num show deles. Num camarote sem igual, com direito a tudo, e quem sabe um abraço? Se Theodor fosse dono de um país, Tankard seria vítima de exaltação em isolacionismo.
Saudosa cidade grande, dona de livros sem fim, com histórias minúsculas ou maiúsculas, porém com o mesmo (im)pacto. O qual faz previsões automáticas e (in)certas. Como eu sempre disse, na cidade grande não sobra tempo pra pensar em sorte, seja grande, gigante ou sem fim. Não tenho tempo para parar pra pensar, o tempo passa, as folhas de xerox caem e a esperança começa a voar.
Lembro como se fosse hoje, o aniversário de 19 anos do Theodor, já éramos grandes amigos, e eu o tratava como um irmão, e todo o sábado eu e ele caminhávamos juntos conversando e concedendo espaço ao tempo, até chegarmos na feira. Adorável feira... Hmmm... Aquele sabor inconfundível do seu pastel favorito, da Dona Raquel, acho que ele nem sabia que era seu aniversário, ou então queria fazer surpresa pra si mesmo. Fizemos a nossa surpresa para ele. Prova que pessoas se compram com felicidade, e bolos com euros. Sim... Um bolo, aqueles docinhos orientais que ele admirava ao extremo. Os amigos do bairro deram seus presentes, humildes, porém cheios de amor. Deixei o meu para o último dando glória à cena:
-Theodor, feliz aniversário! - Disse entregando um abraço, tirando um envelope marrom do paletó.
-Obrigado! Obrigado! Você queria mesmo ser o último.- Disse sorrindo.
Então eu entreguei o envelope. A ansiedade dos olhos dele, devoraram o envelope. Parecia uma nova de dólar, mas quando ele virou, percebeu: "Tankard in Schillertheater, camarotes". Ele não disse nada, me abraçou, e ficou em palavras. E eu dei minhas explicações:
-São duas entradas, para você e para outro alguém, que seja tão fã quanto você e que mereça. Faltam 15 dias, você vai encontrar.
-Obrigado, obrigado de novo. Você é o melhor amigo do mundo!


E foi então que as luzes se apagaram e cada um foi para o seu quarto. Theodor não dormiu, até chegar no dia do show, que ele levou um amigo em comum nosso, o RIch, que é americano e também amava Tankard. No show ele encontrou Tayumi, linda, como os ingressos que ele havia ganhado. Cada um estava em um camarote, e usavam os binóculos para se entre-olhar quase sempre. Era óbvia a atração natural entre ambos. Tanto que nos vinte minutos de intervalo, ele foi conversar com ela. O que eles conversaram ele não me contou. Certo é que eles voltaram de mãos dadas. E Theodor, viveu o melhor show da sua vida, com a melhor banda do mundo aos seus olhos, e ainda com um telefone. 


Deste dia em diante, Theodor só pensava em falar com Tay, ele realmente estava muito apaixonado. Falavam todos os dias era lindo. Até que um certo dia houve uma narração diferente: o dia amanheceu. Theodor correu até a papelaria, estava apaixonado e tinha como meta principal, arrumar dinheiro suficiente para conversar horas com Tay. O trabalho acabou, e ele correu para o telefone público mais próximo. Discou os números. E começou a organizar às frases que estava mentalizando à horas.  Foi então que ela atendeu
-Alô
-Tayumi, aqui é o Theodor. 
-Bom final de tarde meu caro. Como você está?
-Com saudades, é. Com muitas saudades de você. Quando eu posso te ver de novo? Você está bem?
-Estou muito bem, acho que não vou ficar tão bem assim. E hoje poderá me ver de novo. Pela última vez, eu receio.
-Porque? -Disse com tom de preocupação.
-Meu querido, não sei como dizer isto, mas, estou para viajar. Para o Chile, estou calçando os sapatos neste momento. Minha vida acabou de virar um conto de fadas. Meu pai é dono de uma fábrica de brinquedos, e meu novo emprego é distribuir diversão. 
-Eu ainda não entendi me explica melhor? Por favor.
-Eu não quero ser nada além de mim. E esta sou eu, eu quero ser como minha mãe, ela é um exemplo pra mim. Logo eu não quero ser nada além do meu anjo da guarda. Eu vou partir hoje, com destino a um lugar bem distante, e vou sentir saudades de você, é isto. -Disse, começando a chorar.
-Eu não entendo. Não tive mãe, nem pai. Só amigos, e é lamentável não ter se quer um amor ao qual me recorde a vida toda. Eu posso ir com você? Nem que eu seja seu motorista. Eu não quero ficar longe de você.
-Pode! Acho que consigo adiar minha ida para amanhã. E papai sempre quis que eu tivesse um companheiro ou companheira. Mas trate-me como amiga, ou ele não se sentirá seguro. Por favor. Me encontre às seis. No aeroporto central. Leve suas malas, e roupas coloridas.
-Certo, até amanhã! -Desligou o telefone com preocupação clara. E se não desse certo?
Eram cinco horas e meia da manhã e Theodor já estava sentado no aeroporto.
-Eu não esperava te ver aqui tão cedo.-Disse Tay com tom humorístico.
-Eu não queria correr riscos de te perder.
-Certo, papai é aquele de terno, ele gostou muito da sua pontualidade.
O avião partiu, Theodor me disse que segurou com força interior (in)finita as mãos de Tayumi por todo o trajeto. Ela o beijou, como se fosse dona de liberdade. E parecia ser mesmo. Chegaram ao chile, encontraram um carro branco com os presentes da fábrica do pai de Tayumi. E dentro do banco esquerdo tinha um bilhete, com as (co)ordenadas. Tay foi em direção a Theodor que estava na calçada, disse para que ele entrasse no carro. Ele foi em direção ao carro, usando como precaução o ritual de abrir a porta para sua donzela. E juntos foram jogar felicidade ao mundo, deixando dois terços para o casal. Seis meses depois os dois se casaram. Dando espaço a novidades, presentes, brinquedos, felicidades, emoções. E é claro. De minuto em minuto a frase tradicional que ambos (re)conheciam como óbvia, que eu nem preciso dizer qual é (...)

Protopatia.

Eu cheguei do fórum  cansado. Resultado de horas extras e relatórios monstruosos... Mas agora eu me encontrava parado na frente da porta de minha casa. Senti aquele alívio de saber que já poderia tirar os sapatos Então coloquei a maleta no chão e girei a maçaneta. Me senti um legítimo protonauta num navio só meu. Coisa fácil, eu acho. Fiz um breve julgamento a mim, e acredite, agora tenho a ousadia de me dizer digno. Ali eu me senti um pião, rodando num vasilhame circunferencial, no qual nunca perdia o galeio. E nesse (contra)tempo eu deitei no sofá, liguei a TV e fechei os olhos. Estava passando um seriado muito divertido, e um episódio repetido que eu amava. Pena... mal conseguia pensar em mim, quanto mais em seriados, acredite, não tinha dignidade para diversão. Logo meu auto-teste foi falso. Abri os olhos, fitando o teto que se enquadrou como limite aos meus olhos, e ouvi a jornalista falar sobre o intervalo comercial.  Não sou do bem, prefiro comerciais que notícias.
Primeiro passou uma propaganda de televisões, depois de um banco, e logo após de uma casa de construção. (Im)pressionante! Janelas de aço por 10000 florins, portas de madeira maciça por 15000 florins e... Papel de parede do Johnny Depp por 5000 florins. Johnny é o astro da Breanne... "É isto! Se quero que ela seja feliz, nem que seja um pouquinho mais, eu tenho de fazer uma surpresa. E só tenho até amanhã. " Pensei, trocando de roupa ao ouvir o comercial.
Acolhi a maleta na mão e coloquei os sapatos com muita pressa. Comprei oito metros por três do papel, uns adesivos e uma cortina vermelha, que era sua cor favorita. Agora era minha vez de fazer o bem, fiz tudo as pressas, coloquei o papel de parede no seu quarto, e ainda sobrou uns pedacinhos, fiz buracos para os parafusos da cortina, coloquei o suporte, tudo sozinho! E depois ainda limpei tudo. Resultado: Exaustão. Com coisas importantes não se brinca. E foi isso que eu fiz. Logo após, eu cai na minha cama e morri. Ou melhor, quase morri, me faltou ânimo até pra sonhar. Acordei com o meu celular tocando, às seis da manhã, me obrigando a acordar. Por sorte já estava descansado. Eu acho.
Me arrumei e tomei direção ao trabalho, e na metade do caminho lembrei que era sábado, minha mente voava à mil, voava de longe como um GloboCop, procurando criminosos sem querer prendê-los, ao som os fones de ouvido avistei Breanne indo pra minha casa e sem delongas cai na real, fui ao seu encontro, e ela ao meu. E tentei ao máximo não demonstrar (re)ações de surpresa, felicidade e etc. E quando chegamos ela foi direto para a TV... Que raiva! Não dei dicas, mas foi preparando o café da manhã que recebi o melhor abraço do mundo acompanho da frase que eu mais sonhara ouvir no momento:
-Você é o melhor pai do mundo! Eu te amo.
Nessas horas, só tenho espaço pra sorrir, e foi bem isto que eu fiz. Fiquei com medo de ela pensar que eu fiz aquilo  para comprar suas palavras, fiquei com medo até de ter feito aquilo por isto. Hoje sei que não foi. E os dias passaram e  a segunda-feira chegou. Antes que eu acordasse Breanne, sua mãe bateu na minha porta, e me beijou. Dizendo que eu não ia ter a guarda dela só pra mim. Eu ia ter de dividir Breanne com ela, e até que a morte separasse um do outro. Afinal, ela estava (des)respeitando as leis de matrimônio. Eu disse que a amava, e que me orgulhava de poder dividir algo que nasceu de nós e para sempre. Até que esta aprendesse a voar. E eu acho que esta história não teve fim, mas foi feliz (...)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aprendendo a voar.

Cinco horas da manhã, o despertador tocou. Que sono! Vou admitir, é horrível acordar cedo. Não entendo porque estou fazendo isto. Odeio esses desafios da mamãe. Agora só faltam seis meses, seis continentes, seis bilhões de pessoas para ver de perto ou ao menos seus exemplos e seis tipos de clima para enfrentar, sem esquecer dos meus  seis instrutores. Argh! Porque tantos números seis e eu acordo às cinco horas? Lê-se (in)justiça, moral ou não. Acho que vou me divertir, é questão de costume. Acredito que a parte mais chata nesses costumes são os finais,  quando você se acostuma acaba. Odeio isso, não os costumes. Costume... que prática mais linda, costumes são cartões de identidade com um alcance maior, bem maior...
Bom, deixa eu parar de pensar, hora de arrumar minhas coisas. Tomar café, banho e coragem. Entrar no carro, beijar mamãe, papai e dizer até logo para a Breanne. Acho que hoje chego no meu primeiro destino, odeio essa gama de surpresas que minha mãe gosta de usar, ou melhor, odeio amando. E quando eu crescer mais ainda, eu vou ser enigmático e surpreendente, crescer significa ter espaço, pra olhar para trás eu acho, acontece que eu não cresci muito. "Está na hora de você crescer e aprender a fazer manobras, porque voar você já sabe..." Mamãe me disse isto emitindo (im)pressão (sur)real.
E foi então que eu entrei no carro. Tenho certeza que quem ler isto não vai entender se estou falando no presente ou depois do ocorrido. Acredite, tais dados não são importantes, se está lendo, saiba que já ocorreu. Afinal, não sei se tenho pré-visões, e mesmo que eu tenha eu não sei usá-las, é... preciso mesmo aprender muita coisa. Boa viagem pra mim. Voltando ao assunto entrei no carro, e depois no avião, poltrona 063, seis de novo, quanta coincidência! Olho à direita,  e encontro Leena. Minha primeira instrutora, que me diz olá e meu próximo destino que é (...)