segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Remédio.

Quer continuar? Quer mesmo continuidade? Justiça física, sem repressão "superior"? Use a natureza, as ervas do bem, mentais. Se não me entende, não é digno. Logo aprenda a (des)vendar mistérios. Como o Scooby Doo, reflito sem sua permição. Por você, eu diria. Digo que enigmas são remédios. É isso que quero dizer. Quero começar errando, para terminar sorrindo. Quero fazer macarronada para os esfomeados da África, e depois vou construir uma casa no Pólo Sul. Agora só me falta ter tamanho. No quíntuplo sentido, se me dão licença, é hora de dar espaço, para ter tamanho. Pegar um instrumento musical pequeno, e tocar pelas ruas. Tudo isso, por fome de conhecimento. Por que eu sou um bebê. Um pedacinho de areia, navegando sem motor sob um sol causticante usando combustível renovável, mesmo sem ter motor. É por isso que eu amo (con)tradições, se eu não entender, ninguém entende. E é ai que se percebe que ninguém é alguém. Que pode estar comendo macarronada na África ou passeando no Pólo Sul. Bocas tem dois lados, línguas tem cinco. E eu? Quantos lados tenho? Tenho que somar ou me adequar? Faz sentido? Interrogação, doce pedido.
Eu não tenho um diário. Nem quero. É triste ter uma história só pra mim. Quero que o mundo saiba. Não só de mim, mas de você, que lê, que (pre)vê o fim. Onde você come quando está com fome? E sua mente? Onde ela se resfria quando está quente? E seu namorado? Onde vai quando você está chato ou chata? Eis a questão. Onde você vai quando está triste? E quando está (in)justiçado? Onde você grita quando ganha na loteria? Onde você grita quando perde algo? E o que você faz, sim faz. O que você faz quando trata alguém como algo? Isto é bom? 
E é então que o bebê da dicas aos professores. Dicas são perguntas com respostas. Autocríticas, onde o crítico já sabe os erros que deve enfrentar. Fechar os olhos significa pegar um instrumento e sair tocando e cantando nas ruas só com sede de descobrir. Já se imaginou fazendo isto? Não? Pois é... hora de sentir vergonha.

De: Ralf Stein.
Para: Antoine.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Protagonista.

Theodor Kuerten, um velho amigo meu, fã de Tankard. Dono de uma história excepcional. Dono de boas vindas, de realizações, de veias que pulsavam para o leste, dono de um emprego miserável, Theodor era o responsável pela máquina de xerox. A cada 100 xerox: dez centavos. É, era cansativo, e ele mal tinha o que comer,  ele nunca descobriu quem eram seus pais, nasceu praticamente num orfanato, nunca fora adotado, sabe-se lá por quê. Nos dezoito anos ele procurou o que fazer, e foi morar na minha casa. E volto a afirmar, Theodor amava com paixão gritante, exuberante, clara, a banda Tankard. Preferia comprar os albuns, faixas, artefatos e et cetera do que comer, ou roupas. Seu sonho sempre foi ir num show deles. Num camarote sem igual, com direito a tudo, e quem sabe um abraço? Se Theodor fosse dono de um país, Tankard seria vítima de exaltação em isolacionismo.
Saudosa cidade grande, dona de livros sem fim, com histórias minúsculas ou maiúsculas, porém com o mesmo (im)pacto. O qual faz previsões automáticas e (in)certas. Como eu sempre disse, na cidade grande não sobra tempo pra pensar em sorte, seja grande, gigante ou sem fim. Não tenho tempo para parar pra pensar, o tempo passa, as folhas de xerox caem e a esperança começa a voar.
Lembro como se fosse hoje, o aniversário de 19 anos do Theodor, já éramos grandes amigos, e eu o tratava como um irmão, e todo o sábado eu e ele caminhávamos juntos conversando e concedendo espaço ao tempo, até chegarmos na feira. Adorável feira... Hmmm... Aquele sabor inconfundível do seu pastel favorito, da Dona Raquel, acho que ele nem sabia que era seu aniversário, ou então queria fazer surpresa pra si mesmo. Fizemos a nossa surpresa para ele. Prova que pessoas se compram com felicidade, e bolos com euros. Sim... Um bolo, aqueles docinhos orientais que ele admirava ao extremo. Os amigos do bairro deram seus presentes, humildes, porém cheios de amor. Deixei o meu para o último dando glória à cena:
-Theodor, feliz aniversário! - Disse entregando um abraço, tirando um envelope marrom do paletó.
-Obrigado! Obrigado! Você queria mesmo ser o último.- Disse sorrindo.
Então eu entreguei o envelope. A ansiedade dos olhos dele, devoraram o envelope. Parecia uma nova de dólar, mas quando ele virou, percebeu: "Tankard in Schillertheater, camarotes". Ele não disse nada, me abraçou, e ficou em palavras. E eu dei minhas explicações:
-São duas entradas, para você e para outro alguém, que seja tão fã quanto você e que mereça. Faltam 15 dias, você vai encontrar.
-Obrigado, obrigado de novo. Você é o melhor amigo do mundo!


E foi então que as luzes se apagaram e cada um foi para o seu quarto. Theodor não dormiu, até chegar no dia do show, que ele levou um amigo em comum nosso, o RIch, que é americano e também amava Tankard. No show ele encontrou Tayumi, linda, como os ingressos que ele havia ganhado. Cada um estava em um camarote, e usavam os binóculos para se entre-olhar quase sempre. Era óbvia a atração natural entre ambos. Tanto que nos vinte minutos de intervalo, ele foi conversar com ela. O que eles conversaram ele não me contou. Certo é que eles voltaram de mãos dadas. E Theodor, viveu o melhor show da sua vida, com a melhor banda do mundo aos seus olhos, e ainda com um telefone. 


Deste dia em diante, Theodor só pensava em falar com Tay, ele realmente estava muito apaixonado. Falavam todos os dias era lindo. Até que um certo dia houve uma narração diferente: o dia amanheceu. Theodor correu até a papelaria, estava apaixonado e tinha como meta principal, arrumar dinheiro suficiente para conversar horas com Tay. O trabalho acabou, e ele correu para o telefone público mais próximo. Discou os números. E começou a organizar às frases que estava mentalizando à horas.  Foi então que ela atendeu
-Alô
-Tayumi, aqui é o Theodor. 
-Bom final de tarde meu caro. Como você está?
-Com saudades, é. Com muitas saudades de você. Quando eu posso te ver de novo? Você está bem?
-Estou muito bem, acho que não vou ficar tão bem assim. E hoje poderá me ver de novo. Pela última vez, eu receio.
-Porque? -Disse com tom de preocupação.
-Meu querido, não sei como dizer isto, mas, estou para viajar. Para o Chile, estou calçando os sapatos neste momento. Minha vida acabou de virar um conto de fadas. Meu pai é dono de uma fábrica de brinquedos, e meu novo emprego é distribuir diversão. 
-Eu ainda não entendi me explica melhor? Por favor.
-Eu não quero ser nada além de mim. E esta sou eu, eu quero ser como minha mãe, ela é um exemplo pra mim. Logo eu não quero ser nada além do meu anjo da guarda. Eu vou partir hoje, com destino a um lugar bem distante, e vou sentir saudades de você, é isto. -Disse, começando a chorar.
-Eu não entendo. Não tive mãe, nem pai. Só amigos, e é lamentável não ter se quer um amor ao qual me recorde a vida toda. Eu posso ir com você? Nem que eu seja seu motorista. Eu não quero ficar longe de você.
-Pode! Acho que consigo adiar minha ida para amanhã. E papai sempre quis que eu tivesse um companheiro ou companheira. Mas trate-me como amiga, ou ele não se sentirá seguro. Por favor. Me encontre às seis. No aeroporto central. Leve suas malas, e roupas coloridas.
-Certo, até amanhã! -Desligou o telefone com preocupação clara. E se não desse certo?
Eram cinco horas e meia da manhã e Theodor já estava sentado no aeroporto.
-Eu não esperava te ver aqui tão cedo.-Disse Tay com tom humorístico.
-Eu não queria correr riscos de te perder.
-Certo, papai é aquele de terno, ele gostou muito da sua pontualidade.
O avião partiu, Theodor me disse que segurou com força interior (in)finita as mãos de Tayumi por todo o trajeto. Ela o beijou, como se fosse dona de liberdade. E parecia ser mesmo. Chegaram ao chile, encontraram um carro branco com os presentes da fábrica do pai de Tayumi. E dentro do banco esquerdo tinha um bilhete, com as (co)ordenadas. Tay foi em direção a Theodor que estava na calçada, disse para que ele entrasse no carro. Ele foi em direção ao carro, usando como precaução o ritual de abrir a porta para sua donzela. E juntos foram jogar felicidade ao mundo, deixando dois terços para o casal. Seis meses depois os dois se casaram. Dando espaço a novidades, presentes, brinquedos, felicidades, emoções. E é claro. De minuto em minuto a frase tradicional que ambos (re)conheciam como óbvia, que eu nem preciso dizer qual é (...)

Protopatia.

Eu cheguei do fórum  cansado. Resultado de horas extras e relatórios monstruosos... Mas agora eu me encontrava parado na frente da porta de minha casa. Senti aquele alívio de saber que já poderia tirar os sapatos Então coloquei a maleta no chão e girei a maçaneta. Me senti um legítimo protonauta num navio só meu. Coisa fácil, eu acho. Fiz um breve julgamento a mim, e acredite, agora tenho a ousadia de me dizer digno. Ali eu me senti um pião, rodando num vasilhame circunferencial, no qual nunca perdia o galeio. E nesse (contra)tempo eu deitei no sofá, liguei a TV e fechei os olhos. Estava passando um seriado muito divertido, e um episódio repetido que eu amava. Pena... mal conseguia pensar em mim, quanto mais em seriados, acredite, não tinha dignidade para diversão. Logo meu auto-teste foi falso. Abri os olhos, fitando o teto que se enquadrou como limite aos meus olhos, e ouvi a jornalista falar sobre o intervalo comercial.  Não sou do bem, prefiro comerciais que notícias.
Primeiro passou uma propaganda de televisões, depois de um banco, e logo após de uma casa de construção. (Im)pressionante! Janelas de aço por 10000 florins, portas de madeira maciça por 15000 florins e... Papel de parede do Johnny Depp por 5000 florins. Johnny é o astro da Breanne... "É isto! Se quero que ela seja feliz, nem que seja um pouquinho mais, eu tenho de fazer uma surpresa. E só tenho até amanhã. " Pensei, trocando de roupa ao ouvir o comercial.
Acolhi a maleta na mão e coloquei os sapatos com muita pressa. Comprei oito metros por três do papel, uns adesivos e uma cortina vermelha, que era sua cor favorita. Agora era minha vez de fazer o bem, fiz tudo as pressas, coloquei o papel de parede no seu quarto, e ainda sobrou uns pedacinhos, fiz buracos para os parafusos da cortina, coloquei o suporte, tudo sozinho! E depois ainda limpei tudo. Resultado: Exaustão. Com coisas importantes não se brinca. E foi isso que eu fiz. Logo após, eu cai na minha cama e morri. Ou melhor, quase morri, me faltou ânimo até pra sonhar. Acordei com o meu celular tocando, às seis da manhã, me obrigando a acordar. Por sorte já estava descansado. Eu acho.
Me arrumei e tomei direção ao trabalho, e na metade do caminho lembrei que era sábado, minha mente voava à mil, voava de longe como um GloboCop, procurando criminosos sem querer prendê-los, ao som os fones de ouvido avistei Breanne indo pra minha casa e sem delongas cai na real, fui ao seu encontro, e ela ao meu. E tentei ao máximo não demonstrar (re)ações de surpresa, felicidade e etc. E quando chegamos ela foi direto para a TV... Que raiva! Não dei dicas, mas foi preparando o café da manhã que recebi o melhor abraço do mundo acompanho da frase que eu mais sonhara ouvir no momento:
-Você é o melhor pai do mundo! Eu te amo.
Nessas horas, só tenho espaço pra sorrir, e foi bem isto que eu fiz. Fiquei com medo de ela pensar que eu fiz aquilo  para comprar suas palavras, fiquei com medo até de ter feito aquilo por isto. Hoje sei que não foi. E os dias passaram e  a segunda-feira chegou. Antes que eu acordasse Breanne, sua mãe bateu na minha porta, e me beijou. Dizendo que eu não ia ter a guarda dela só pra mim. Eu ia ter de dividir Breanne com ela, e até que a morte separasse um do outro. Afinal, ela estava (des)respeitando as leis de matrimônio. Eu disse que a amava, e que me orgulhava de poder dividir algo que nasceu de nós e para sempre. Até que esta aprendesse a voar. E eu acho que esta história não teve fim, mas foi feliz (...)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aprendendo a voar.

Cinco horas da manhã, o despertador tocou. Que sono! Vou admitir, é horrível acordar cedo. Não entendo porque estou fazendo isto. Odeio esses desafios da mamãe. Agora só faltam seis meses, seis continentes, seis bilhões de pessoas para ver de perto ou ao menos seus exemplos e seis tipos de clima para enfrentar, sem esquecer dos meus  seis instrutores. Argh! Porque tantos números seis e eu acordo às cinco horas? Lê-se (in)justiça, moral ou não. Acho que vou me divertir, é questão de costume. Acredito que a parte mais chata nesses costumes são os finais,  quando você se acostuma acaba. Odeio isso, não os costumes. Costume... que prática mais linda, costumes são cartões de identidade com um alcance maior, bem maior...
Bom, deixa eu parar de pensar, hora de arrumar minhas coisas. Tomar café, banho e coragem. Entrar no carro, beijar mamãe, papai e dizer até logo para a Breanne. Acho que hoje chego no meu primeiro destino, odeio essa gama de surpresas que minha mãe gosta de usar, ou melhor, odeio amando. E quando eu crescer mais ainda, eu vou ser enigmático e surpreendente, crescer significa ter espaço, pra olhar para trás eu acho, acontece que eu não cresci muito. "Está na hora de você crescer e aprender a fazer manobras, porque voar você já sabe..." Mamãe me disse isto emitindo (im)pressão (sur)real.
E foi então que eu entrei no carro. Tenho certeza que quem ler isto não vai entender se estou falando no presente ou depois do ocorrido. Acredite, tais dados não são importantes, se está lendo, saiba que já ocorreu. Afinal, não sei se tenho pré-visões, e mesmo que eu tenha eu não sei usá-las, é... preciso mesmo aprender muita coisa. Boa viagem pra mim. Voltando ao assunto entrei no carro, e depois no avião, poltrona 063, seis de novo, quanta coincidência! Olho à direita,  e encontro Leena. Minha primeira instrutora, que me diz olá e meu próximo destino que é (...)